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CONHEÇA AS APLICAÇÕES DA CINTILOGRAFIA PARA GASTROENTEROLOGIA


Cintilografia é um exame que utiliza pequenas quantidades de radioisótopos ou radiofármacos para auxiliar no diagnóstico de doenças e no estudo fisiológico de vários órgãos.

Esses exames podem ser utilizados para aplicações em diversas áreas como, por exemplo, na cardiologia, neurologia, pneumologia, gastroenterologia, nefrologia, oncologia, traumatologia, endocrinologia e oncologia. Existem diferentes categorias de fármacos que podem ser utilizados, dependendo do órgão a ser estudado.

Os estudos cintilográficos são realizados com administração do radiofármaco específico, que pode ser via injeção endovenosa (mais comum), via oral, ou outras, na dependência do tipo de estudo a ser realizado.

Estes materiais emitem radiações detectadas pelos aparelhos de medicina nuclear (chamado gama-câmara), formando imagens funcionais dos órgãos.

Após a administração do radiofármaco o paciente espera um tempo de ação para o fármaco chegar no órgão. Esse tempo vai depender do exame que será realizado. Passado esse tempo, o paciente é levado para o equipamento para aquisição das imagens.

Os materiais utilizados não são contrastes, como os utilizados em exames radiológicos, são radiofármacos. É extremamente rara a ocorrência de reações alérgicas aos radiofármacos utilizados rotineiramente nos exames de Medicina Nuclear, mesmo aquelas do tipo mais leve.

As atividades radioativas administradas para os exames são baixas, sendo a cintilografia um método seguro e não invasivo.

Ainda assim, vale lembrar que a maioria dos exames de cintilografia não são indicados para gestantes e lactantes.

A quantidade de radiação que o paciente recebe em cada etapa do exame é segura, sendo utilizados materiais e atividades (dosagens) de acordo com padrões internacionais de segurança.

A cintilografia na gastroenterologia:

Estudos de cintilografia do trato gastrointestinal fornecem informação fisiológica única sobre a função do esôfago e gastrointestinal. Quantificação da motilidade esofagiana e gástrica, por exemplo, provê informações não obtidas por outros métodos.

A pesquisa de refluxo gastroesofágico (RGE) é amplamente utilizada por pediatras, como método sensível e não invasivo para diagnosticar e quantificar o RGE.

Existem vários tipos de cintilografia que podem ser utilizadas nesta área:

- Cintilografia das glândulas salivares:

Esse exame é utilizado para avaliar a função das glândulas salivares e processo inflamatório, que podem levar à secura da boca, e também eventuais obstruções nos canais.

Uma das principais indicações é na avaliação de disfunção das glândulas salivares secundária à Síndrome de Sjogren.

Para a realização do exame de cintilografia de glândulas salivares solicita-se que o paciente faça jejum de 2 horas (evitar bala e chiclete).

É necessária a injeção endovenosa de uma pequena dose de radiotraçador. As imagens são feitas após a injeção e usualmente durante 1 hora. Em alguns casos pode ser necessária a realização de uma imagem após um estímulo cítrico (por exemplo, tomar suco de limão).

- Cintilografia para pesquisa de refluxo gastroesofágico:

Exame muito usado em crianças para diagnosticar o refluxo do conteúdo do estômago para o esôfago e, eventualmente, aspiração para o pulmão.

Queimação é o principal sintoma de refluxo em adultos. Em crianças comumente há regurgitação que pode gerar distúrbios respiratórios e falha no desenvolvimento.

O exame é indicado para diagnóstico, avaliação da gravidade, seguimento e controle terapêutico de refluxo gastroesofágico em crianças e também em adultos.

Para realizar o exame, o paciente deve estar em jejum há, pelo menos, 4 horas (4 horas para crianças e lactentes e 8 horas para adultos).

A cintilografia para refluxo é feita com a ingestão via oral de algum alimento líquido (leite ou suco) marcado com o radiofármaco, seguida da realização de imagens durante 30 minutos a 1 hora.

- Cintilografia do esvaziamento gástrico:

Auxilia no diagnóstico de problemas de trânsito dos alimentos no estômago ao analisar o tempo de esvaziamento.

Indicada para quantificação do esvaziamento gástrico, com detecção de retardo (síndromes de estase e gastroparesia, onde os sintomas podem ser de náusea pós-alimentação, vômitos, distensão ou desconforto abdominal e sensação de saciedade precoce) e controle terapêutico, bem como em síndromes de esvaziamento rápido.

Preparo com jejum de 4 horas para crianças e lactentes e 8 horas para adultos.

Pode ser realizada com ingesta via oral de líquido (água ou suco) e também de alimento sólido (ovo, sanduíche..) marcados com o radiofármaco.

Em crianças pode-se avaliar o esvaziamento gástrico e presença de refluxo gastroesofágico com uma única administração de radiofármaco com líquidos (geralmente leite ou suco).

O tempo de seguimento das imagens varia, podendo ser realizadas imagens de até 2 horas ou mais, se necessário.

- Cintilografia do trânsito esofágico:

Auxilia no diagnóstico de problemas do trânsito dos alimentos no esôfago (da boca até o estômago).

Disfagia (dificuldade de deglutir) e dispepsia (sensação de desconforto digestivo, que ocorrem após as refeições) são os sintomas mais frequentes nos distúrbios motores do esôfago.

O exame é utilizado para avaliação da motilidade esofágica durante a ingesta de líquidos e alimentos semi sólidos, para diagnóstico e seguimento de dismotilidades (como, por exemplo, acalasia, esclerodermia, espasmo difuso do esôfago).

É um exame simples e rápido, não demora mais do que meia hora. São realizadas imagens durante a ingestão de alimento líquido e semi sólido (água e omelete, por exemplo) marcados com o radiofármaco.

- Cintilografia de fígado e vias biliares:

Serve para avaliar as funções do fígado, principalmente relacionadas à produção e a eliminação da bile.

Entre os diagnósticos que o exame pode trazer está o de colecistite (uma inflamação na vesícula biliar), auxiliando principalmente na avaliação de colecistite aguda ou crônica a calculosa.

Outras possíveis indicações: auxílio no diagnóstico diferencial de lesões nodulares focais hepáticas (hiperplasia, adenoma, hepatocarcinoma); descartar atresia de vias biliares como causa de icterícia neonatal; diferenciar dilatação obstrutiva de não obstrutiva após manipulação do trato biliar; avaliar de disfunção do esfíncter de Oddi; avaliação de patência de anastomoses bilio-digestivas e identificação de fístula biliar.

A cintilografia para análise de fígado e vias biliares costuma ser mais demorada, podendo durar cerca de duas horas. O radiofármaco é injetado por via endovenosa.

O seu preparo também exige um jejum de entre quatro a oito horas.

- Cintilografia Hepato-esplênica (de fígado e baço):

Analisa o funcionamento do fígado e do baço, ajudando no diagnóstico diferencial de possíveis lesões nodulares hepáticas (adenoma, hiperplasia, hepatocarcinoma), bem como na avaliação funcional relativa do sistema retículo-endotelial na insuficiência hepática.

Não é necessário nenhum preparo.

É realizada injeção endovenosa do radiofármaco e após são realizadas imagens que podem durar de 30 minutos a aproximadamente 1 hora.

- Cintilografia esplênica (baço):

Pode ser realizada para avaliação e pesquisa de baço acessório, esplenose e identificação de asplenia funcional.

Como na cintilografia hepatoesplênica, também não é necessário preparo, sendo o exame realizado com injeção endovenosa do radiofármaco.

- Cintilografia hepática com hemácias marcadas ("pool" sanguíneo hepático):

Exame utilizado para diagnóstico de hemangiomas no fígado, com alta especificidade.

Realizado com injeção endovenosa do fármaco e radioisótopo, com imagens após 2–3 horas.

Não é necessário preparo.

- Cintilografia para sangramento digestão baixo:

Pesquisa de possíveis focos de sangramento digestivos ativos ou intermitentes no intestino delgado e grosso.

É um exame que não exige preparo, podendo ser realizadas imagens imediatas e até 24 horas após a injeção endovenosa do radiotraçador, para localização do foco de sangramento digestivo.

- Cintilografia para pesquisa de Divertículo de Meckel:

Identifica essa alteração que ocorre no intestino, correspondendo a áreas de mucosa gástrica ectópica, que acomete principalmente crianças e gera sangramento fecal (digestivo).

Por meio desse exame é possível identificar o divertículo para que, depois, seja retirado em cirurgia.

Solicita-se jejum de pelo menos 4 horas para a realização do exame. É realizado com injeção endovenosa do radioisótopo e as imagens podem durar cerca 30–60 minutos.